O TEMPO E A SAUDADE


O TEMPO E A SAUDADE


O mistério do tempo é importante. A Igreja descobriu que as coisas desagradáveis, os desastres e as tragédias vão se apagando de nossa memória com o tempo. Há o esquecimento que desmancha em nossas mentes tudo o que ocorreu. É uma questão de amadurecimento das coisas, pois de imediato não dá para compreender, por isso ficamos desesperados. Se você passa uma grande decepção na vida, deixe o tempo passar que ele é como uma borracha, apaga tudo de desagradável. Enquanto isso, as coisas boas não, elas vão se gravando em nossa memória em um processo inverso, e à medida que o tempo passa mais elas se elucidam, ficam mais claras, e dão espaço para uma vida bem melhor, pois somos alimentados pelo que existe de bom. Ora, se não fosse assim, o mundo seria insuportável, ninguém agüentaria nunca.
Por isso, quando você sentir uma grande perda, uma desventura, uma coisa bem desagradável, por exemplo, como a morte de um ente querido. Não se preocupe, o tempo vai apagando de sua memória, e, de repente, você esqueceu a tragédia da perda, e vão ficando apenas as lembranças agradáveis da pessoa que se foi, mas num processo normal, que você nem sente que um dia teve um desespero quando se viu diante da morte da pessoa amada.
E o tempo básico para esta passagem é o da primeira semana da morte da pessoa, por isso, a Igreja lançou a Missa de Sétimo Dia. Este dia é o divisor entre a saudade que mata e a serenidade da compreensão da vida de sua parte. A partir do oitavo dia, tudo mudou. Você caminha em seu tempo normal, em sua vida diária. A pessoa se foi, mas a sua mente, o seu cérebro e o seu coração já cederam espaço para a sua própria vida.