IDEOLOGIA – MASCARAMENTO DA REALIDADE


IDEOLOGIA – MASCARAMENTO DA REALIDADE

A ideologia é o mascaramento da realidade, é uma forma de esconder, abafar o que realmente ocorre. No sistema capitalista a ideologia ocorre de diversas formas, numa maneira de fazer com que as coisas funcionem parecendo legais. Na ideologia há aparência como a coisa principal, o processo pelo qual o fetichismo se mantém sempre inalterado. E o processo ocorre principalmente na publicidade, nos programas de governo, nas propagandas políticas, na forma como o governo se dirige ao seu público eleitor. Para fazer com que não haja solução de continuidade em seus projetos junto a empresários e grupos poderosos de interesses, o sistema ideológico, hoje fartamente assessorado por excelentes profissionais de marketing, utiliza-se de dados estatísticos, números, gráficos e tabelas para mostrar um quadro que convença de imediato. Sabe-se que o número é de fácil entendimento para boa parte da massa de desinformados. E quando estes são apresentados em forma de percentuais, tantos por cento, dados quebrados, aí é que as coisas correm, multiplicam-se e confundem. O caso da Lei Seca recentemente revisto pelo Congresso Nacional está servindo como uma cortina para esconder a Lei Geral da Copa. Esta última modificada pela FIFA ao permitir o uso de bebida alcoólica nos estádios onde serão realizados os jogos da Copa do Mundo de 2014 foi ampliada criticada pela sociedade, gerando um arsenal de polêmicas que fizeram com que o governo se visse com uma saía justa. Assim, enquanto a sociedade agora fica entretida com a polêmica do endurecimento da Lei Seca que aumenta a multa de R$ 995,00 para quase dois mil reais para quem for flagrado pelo bafômetro com teor de álcool. Agora mesmo, em 2012, o técnico da seleção brasileira foi pego em um sinal de trânsito sob suspeita de ter ingerido álcool ao dirigir. A imprensa divulgou a notícia com grandes manchetes. Mas pelo que se entende do processo de esconder a realidade, a coisa funciona mais como uma forma de desviar a atenção do eleitor para o verdadeiro problema da Lei Geral da Copa. O governo procura dar a entender que “está tão duro no combate ao uso do álcool” que nem o técnico da seleção brasileira escapa da fiscalização do trânsito. Enquanto isso, a representação da FIFA exige que a Lei Geral da Copa seja aprovada, e que permita o uso de bebida alcoólica nos estádios, sob a ameaça da copa não ser realizada aqui no País. E isso tem a sua justificativa, pois só as grandes cervejarias internacionais têm capital suficiente para bancar a Copa do Mundo, pois o retorno financeiro é imediato, já que o consumo de bebidas durante jogos de futebol e eventos de diversão representam altos índices estatísticos. O governo não quer que venha à tona a verdade, pois o esporte por si não se auto-financia, ou seja, não existe atração suficiente dentro do evento esportivo que atraia um grande público, por isso, as grandes empresas nacionais e internacionais não se aventuram a investir na Copa do Mundo, pois é do conhecimento de todos que após a realização dos jogos as obras ficam sem nenhuma utilização. Basta dizer que no estado do Ceará, o estádio Plácido Castelo, o Castelão, nunca atraiu para ali nenhum comércio nem sistema de moradia razoável. É uma área com forte incidência de violência, tráfico de drogas, criminalidade. Com as vias de acesso que estão construindo, mais a cidade ficará dispersa, sem identidade, vias bastante complicadas, prejudicando a vida dos moradores, motoristas, comerciantes e moradores da localidade.