A CONSTRUÇÃO CIVIL DE FORTALEZA NÃO É FISCALIZADA Roberto Soares - Sociólogo
INTRODUÇÃO
Hoje, 8 de novembro de 2011, presenciei uma cena comum, triste como tantas outras, o sentimento da morte de um operário da construção civil por parte de sua irmã ou esposa. Ali, encostada a um automóvel, a moça chorava. Ninguém para consolá-la, pois os jornais estavam preocupados com a morte de um jornalista da Televisão. Sozinha, desamparada, a morte chorava a sua própria morte. No alto, seu irmão, auxiliar de pedreiro ou mesmo pedreiro, caira do quarto andar. Construção civil sem segurança, sem fiscalização. Programa do governo, o PAC. Onde seu maior executor, hoje vive seus últimos momentos de vida com câncer na laringe. Vale a frase do poeta que diz: "Morreu na contramão atrapalhando o tráfego". Não o criador do famigerado PAC, mas o operário, o que fornece mais-valia aos poderosos, aos donos do mundo, do país, do capitalismo.
Mas por que o operário da construção civil de Fortaleza morre tão facilmente de acidente de trabalho?
CAPÍTULO I - FALTA DE FISCALIZAÇÃO POR PARTE DA PREFEITURA
Não há fiscalização por parte da Prefeitura. A construção civil tem carta branca para fazer o que achar melhor. Quando se liga para denunciar abusos, a resposta da regional é sempre no sentido de colocar a responsabilidade para outros órgãos. Ninguém quer se responsabilizar, enfrentar a construtora A ou B, pois estas são forte, mandam em tudo.
CAPÍTULO 2 - CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE FISCALIZAÇÃO
A primeira coisa que ocorre é a obra mal feita, mal realizada, com paredes mal cuidadas, elevadores de serviços danificados. E foi o que ocorreu. O elevador que conduzia os funcionários estava com um defeito grave. O Ministério do Trabalho não estava preparado para fazer a sua parte. O resultado foi a morte de funcionários da construção civil. Que pena!
CONCLUSÃO
Vamos de mal a pior. A cada dia que passa as coisas vão ficando pior, o povo conforma-se com o Fome Zero, com o Bolsa Familia. Nas eleições, uma grande ilusão. Votam neste ou naquele candidato, voto comprado, voto vendido. Tudo de mal a pior.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MARX, K. O Capital. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.
LÊNIN, V. I. Como iludir do povo. São Paulo: Global, 1982.
WEBER, M. Burocracia. São Paulo: Atlas, 1990.